Principal modo de deslocamento na cidade desde a década de 1960, a mobilidade por ônibus sempre foi objeto de intensas lutas sociais. Este trabalho busca compreender as relações entre a desigualdade social, a mobilidade por ônibus e o processo de produção/reprodução do ambiente urbano. Para isso, além de chamar à discussão diversos autores que vêm contribuindo com o debate sobre as cidades, propõe a criação de um índice, com base em dados operacionais do sistema de ônibus e dados socioespaciais produzidos por órgãos governamentais. Seu objetivo, portanto, é permitir uma compreensão mais detalhada sobre o impacto do sistema de mobilidade no planejamento da cidade. Com base nos dados coletados, artifícios de computação são utilizados para permitir a análise de dados em grandes escalas e granularidades. Isto permite não só uma compreensão ampla do território (abrangendo toda a cidade) como detalhada, tendo os setores censitários como unidade de análise. Diante dos resultados é possível concluir que o planejamento e operação do sistema de mobilidade por ônibus na cidade do Rio de Janeiro não só ignora as desigualdades socioespaciais como atua em sua reprodução. Os resultados estão disponíveis em: http://aquepontochegamos.com.br/